Frio extremo causa morte de quase 100 bois em Tacuru e Iguatemi

Ondas de frio extremo atingiram cidades de Mato Grosso do Sul na noite de sexta-feira (12/7) e causaram a morte de quase 100 bois. Segundo o diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold, não estão descartadas novas mortes, pois há ainda animais com hipotermia.

Até o momento, foram identificados 62 óbitos em Tacuru (MS) e 31 em Iguatemi (MS), no sul do Estado. No ano passado, Mato Grosso do Sul chegou a perder 4 mil cabeças de gado devido ao frio, que também gerou prejuízos milionários aos pecuaristas

“Teve uma onda de frio e depois uma segunda onda, que deu uma sensação térmica abaixo de zero grau. Essa inversão térmica acabou sacrificando esses animais ali na região próxima a Ponta Porã (MS)”, afirmou o diretor à Globo Rural.

Representantes do Iagro visitaram a Fazenda Santa Luzia, em Iguatemi (MS), e encontraram bois agonizando ou já mortos. Alguns dos animais que sofreram pelo frio extremo vieram do Pará e, ao chegar em Mato Grosso do Sul, se depararam com chuva e baixas temperaturas intensas.

CERCA DE 15 ANIMAIS COM QUADRO DE HIPOTERMIA SEVERO. A PROPRIEDADE ESTÁ TENTANDO REVERTER EM ANIMAIS QUE AINDA ESTÃO VIVOS, COM FOGO (FOGUEIRA), ARMARAM UMA TENDA PARA TENTAR SALVAR ALGUNS OUTROS ANIMAIS”, DISSE O REPRESENTANTE DA AGÊNCIA EM VÍDEO DIRETO DA FAZENDA.

Com base em informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), o Iagro alertou os produtores rurais que as regiões sul, sudoeste, leste e sudeste do Estado podem ter temperaturas mínimas de 5 a 11 graus neste fim de semana. Na metade sul, a previsão é de maior cobertura de nuvens, além das baixas temperaturas.

Cerca de 4 mil bois foram mortos pelo frio em junho do ano passado, em Mato Grosso do Sul, segundo a Iagro-MS — Foto: Divulgação/Iagro
Cerca de 4 mil bois foram mortos pelo frio em junho do ano passado, em Mato Grosso do Sul, segundo a Iagro-MS — Foto: Divulgação/Iagro

O que fazer

Em casos de frio extremo, a orientação é proteger o gado, concentrando os rebanhos em áreas onde haja proteção natural ou lugares de invernada, com barreiras laterais contra o vento.

Pode-se também acender fogueiras em meio aos piquetes para aquecer os animais, quando não há ocorrência de chuvas, medida que foi adotada na Fazenda Santa Luzia.

Outra recomendação é a suplementação alimentar, orientada por um veterinário, a fim de garantir um estado nutricional razoável aos animais. Em diversas propriedades rurais, há escassez de pastagem já nesse período do ano.

Vale lembrar que a prevenção à hipotermia – diminuição grave da temperatura corporal – deve levar em conta fatores relacionados às condições físicas do animal e ao ambiente em que estão instalados.

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