Presa nesta quarta-feira (24), a médica neurologista Claudia Soares Alves, 42 anos, é apontada pela Polícia Civil de Minas Gerais como responsável por sequestrar uma bebê recém-nascida em Uberlândia (MG), a cerca de 540 quilômetros de Belo Horizonte.
A menina foi raptada na última terça-feira (23) no Hospital das Clínicas de Uberlândia e encontrada hoje em Itumbiara (GO). A distância entre as duas cidades é de aproximadamente 135 quilômetros.
De acordo com informações da Itatiaia, consta no boletim de ocorrência que Cláudia se passou por pediatra para acessar o quarto onde estava a família da bebê. Ela teria afirmado que levaria a criança a um quarto ao lado para ajudar na amamentação.
Diante da demora, o pai da menina perguntou a uma enfermeira onde estava sua filha. A funcionária teria dito que nenhuma médica ou enfermeira da unidade teria pegado a criança, gerando o alerta de desaparecimento.
A suspeita foi presa por volta das 10h50 desta quarta e estava com a bebê. A polícia informa que encontrou roupinhas da criança, sapatos e duas bolsas no carro da médica. A menina já foi entregue de volta à família.
Quem é a médica
Cláudia Soares Alves é médica e teve o primeiro registro no Conselho Federal de Medicina (CFM) homologado em novembro de 2004. De acordo com o órgão, ela tem especialidades em neurologia e clínica médica. Portanto, diferentemente do que teria informado, ela não é pediatra.
O currículo Lattes da suspeita informa que ela se formou em medicina em 2004 pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, atual Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). A CNN entrou em contato com a instituição para confirmar se a informação é verídica, mas ainda não obteve retorno.
Ainda de acordo com o currículo Lattes, Cláudia concluiu em 2011 a especialização em neurologia. Em 2023, finalizou o doutorado em medicina e ciências da saúde.
Desde 2019. Cláudia é professora nos cursos de enfermagem e medicina na Universidade Estadual de Goiás, no campus Itumbiara. A informação é confirmada no site da instituição.
Em abril deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União a nomeação de Cláudia como docente na Faculdade de Medicina de Umuarama, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Além das aulas, a profissional trabalhava em uma clínica particular em Itumbiara.
Nas redes sociais, Claudia tem um perfil com mais de 10 mil seguidores e que está ativo desde 2019. A médica posta conteúdos frequentes a respeito de questões relacionadas à neurologia, como enxaqueca, acidente vascular cerebral (AVC), distúrbios do movimento, esclerose múltipla e Alzheimer.
A Polícia Civil de Minas Gerais informa que a presa não possui antecedentes criminais.