Uma mulher de 34 anos buscou a Polícia Civil para relatar que seu filho de 12 anos foi alvo de difamação em grupos de WhatsApp por colegas da escola. O caso ocorreu no interior de Mato Grosso do Sul e foi registrado em maio, mas a mãe decidiu divulgar o episódio recentemente para chamar atenção para a situação.
Contexto da situação
O adolescente, que é autista, conseguiu uma bolsa de estudos este ano e começou a frequentar uma nova escola na 6ª série. No entanto, desde o início, enfrentou hostilidade de colegas. Um dos estudantes da mesma turma teria iniciado provocações, incluindo empurrões, que levaram a mãe a buscar ajuda da direção escolar.
A direção, então, transferiu o adolescente para outra turma. Porém, as agressões não cessaram. O mesmo colega continuou a incomodá-lo, agravando a situação ao compartilhar imagens editadas do adolescente em grupos de WhatsApp. As mensagens continham frases ofensivas, como “Sou gay” e “Amo homens”, expondo-o a constrangimentos diante dos colegas.
Medidas tomadas pela mãe
Diante da falta de solução efetiva por parte da escola, a mãe decidiu registrar um boletim de ocorrência, acusando o estudante responsável pelas agressões de difamação e injúria qualificada, devido à condição de autista do filho, conforme prevê a legislação.
Ela também relatou à imprensa as consequências emocionais que o episódio teve sobre o adolescente. Segundo a mãe, ele desenvolveu uma forte resistência em retornar ao ambiente escolar:
“Ele não quer ir à escola, ele fala: ‘Mãe, eu não vou, estou com vergonha, não quero ir’.”
Impacto no adolescente
A mãe revelou que as difamações afetaram não apenas a autoestima do jovem, mas também sua vontade de estudar e conviver socialmente. Apesar das solicitações de providências à instituição, a situação não foi resolvida, e a exposição continuou gerando constrangimentos e isolamento para o adolescente.
Proteção à vítima
Para preservar a identidade do estudante, nem o nome da escola nem o da cidade foram divulgados, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O caso chama atenção para a importância de se combater o bullying e a discriminação no ambiente escolar, principalmente quando envolvem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, como no caso de pessoas com deficiência. Além disso, destaca a necessidade de as escolas agirem com rigor e eficácia para prevenir e lidar com esse tipo de situação.