Meta permite que usuários associem orientação sexual a doença mental

Nesta terça-feira (7), a Meta anunciou alterações em sua política de discurso de ódio aplicadas ao Facebook, Instagram e Threads. Entre as mudanças, agora é permitido que termos relacionados a doenças mentais sejam associados a gênero ou orientação sexual em determinados contextos.

De acordo com o novo texto, “alegações de doença mental ou anormalidade baseadas em gênero ou orientação sexual são permitidas, considerando o contexto de discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade.”

A nova política apresenta um formato mais enxuto comparado à versão anterior, publicada em 29 de fevereiro de 2024.

Mudanças Regionais e Questionamentos no Brasil

As atualizações já estão em vigor em países como Estados Unidos e Reino Unido. No entanto, ao acessar a página em português do Brasil, a versão disponível ainda é a de dez meses atrás, sem essas alterações recentes. O g1 procurou a Meta para esclarecer se as mudanças também serão aplicadas ao Brasil e aguarda retorno.

Com essas alterações, a nova política da Meta permite que usuários utilizem linguagens consideradas insultuosas em debates sobre temas políticos ou religiosos, como direitos transgêneros, imigração e homossexualidade.

Remoção de Restrições

Algumas limitações anteriormente impostas pela Meta foram removidas. Por exemplo, a proibição explícita de “admissão de intolerância com base em características protegidas”, como homofobia, islamofobia e racismo, não consta mais no texto atualizado.

Apesar das mudanças, a política ainda restringe conteúdos que incitem violência física, intimidação ou discriminação contra pessoas de características protegidas, como gênero, raça ou religião.

Foco em Temas Religiosos e Políticos

Os novos termos permitem discursos que defendam exclusões baseadas em crenças religiosas ou convicções políticas, desde que vinculados a contextos específicos, como questões de gênero em ambientes de trabalho militar, policial ou educacional.

A Meta também destaca que termos relacionados a doenças mentais podem ser usados no contexto de debates políticos ou religiosos, citando como exemplo o uso informal de palavras como “esquisito”.

Colaboração com o Governo de Trump

No mesmo dia, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, divulgou um vídeo anunciando o fim do programa de checagem de fatos por terceiros. Ele afirmou que a empresa trabalhará com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em breve, para enfrentar o que considera “tentativas de censura”. Trump já declarou que pretende eliminar a chamada “loucura transgênero” e promover mudanças em instituições como as Forças Armadas.

As novas diretrizes também abordam a exclusão econômica e social, permitindo certos discursos em contextos religiosos ou culturais, como restrições a espaços específicos de gênero, incluindo banheiros e grupos de apoio.

Enquanto isso, trechos antigos que enfatizavam a necessidade de criar um ambiente livre de intimidação e ódio foram removidos. A justificativa para essas mudanças parece estar alinhada ao atual cenário político e ao discurso de liberdade de expressão defendido pela empresa.

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