A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros – GARRAS, cumpriu 5 mandados de busca e apreensão na capital do Estado de São Paulo, apreendendo diversos itens preciosos, semiologias, relógios de procedência ilícita, bem como elementos que permitiam identificar 2 indivíduos – J.C.D. (61) e R.C.A.B. (66) – como receptadores dos objetos furtados em apartamento no município de Campo Grande.
As investigações iniciaram no mês de junho de 2024, após o GARRAS identificar e capturar em flagrante 3 indivíduos responsáveis pelo furto qualificado mediante arrombamento e concurso de pessoas a um apartamento em Campo Grande.
Em continuidade às investigações, foi possível angariar elementos que apontavam para a existência de uma associação criminosa sediada no Estado de São Paulo, que era especializada em enviar seus integrantes para outros Estados da Federação, incluindo Mato Grosso do Sul, para praticarem furtos a apartamentos, com o objetivo precípuo de subtrair joias e metais preciosos.
De acordo com a linha investigativa, esta associação já contava com integrantes determinados que, imediatamente quando os autores do furto retornassem de outro Estado para São Paulo, seriam responsáveis por adquirir as joias e itens preciosos, para derretimento e pulverização, visando a rápida obtenção do lucro pelo crime e dificultando, tanto a recuperação dos pertences da vítima, quanto as investigações pela Polícia.
Em posse destas informações, o GARRAS conseguiu identificar 2 integrantes desta associação criminosa, que se tratava de indivíduos que possuíam estabelecimento comercial relacionado a compra e venda de ouro, joias e semijoias, e seriam responsáveis pela aquisição destes objetos furtados em apartamentos de outros Estados da Federação, incluindo de Mato Grosso do Sul.
A autoridade policial responsável pelas investigações representou por mandados de busca e apreensão, que foram judicialmente deferidas. Neste contexto, no dia 11 de julho de 2024, foi deflagrada a Operação “Gold Digger”, que consistiu no cumprimento de mandados de busca e apreensão em 5 endereços na capital paulista, sendo 2 endereços residenciais e 3 comerciais.
Durante as buscas, foram encontradas diversas joias, semijoias e itens preciosos, sem qualquer comprovação de idoneidade a respeito da procedência, indicando a alta probabilidade de origem ilícita, considerando a necessária documentação para comercialização regular destes objetos.
Além disto, em uma das residências, foi encontrada uma bolsa que foi subtraída na ocasião do furto qualificado praticado em Campo Grande no mês de junho 2024. O referido pertence da vítima foi utilizado pelos criminosos para transportar os itens de valor da casa da vítima e foi flagrado junto com autores pelas câmeras do edifício.
Foi localizado também um colete de motociclista, com a identificação do grupo Gaviões da Fiel, que foi um dos elementos que permitiram a identificação de um dos integrantes da organização responsável pela receptação dos objetos furtados em Campo Grande, tendo em vista que se tratava de um ex-vice-presidente do grupo.
Por fim, verificou-se que um dos endereços objetos de busca e apreensão, se tratava de um apartamento utilizando única e exclusivamente para o rápido derretimento do ouro de origem ilícita, visto que era completamente vazio, contando com apenas materiais para fundição clandestina. Ressalta-se que, no que se refere ao furto qualificado praticado em Campo Grande, a princípio, apenas a mochila da vítima – vazia –, utilizada pelos criminosos para carregar os pertences desta, foi localizada.
Desta forma, após o cumprimento das buscas e apreensão dos objetos de pertinência investigativa, com as devidas formalidades legais e constitucionais, J.C.D. (61) e R.C.A.B. (66) foram indiciados pelos crimes de receptação qualificada e associação criminosa.
O nome da Operação – “Gold digger” – que significa “garimpeiro”, faz referência à especificidade da modalidade criminosa investigada nesta ocasião pelo GARRAS: integrantes do grupo criminoso realizam o “garimpo”, subtraindo joias de apartamentos em outros Estados, transportando e revendendo os itens preciosos em grandes centros como São Paulo/SP, em larga escala.