O evento “Neurodiversidade e Expressões Artísticas”, promovido pelo Programa de Conscientização e de Acolhimento à Neurodiversidade do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) – Programa MP TEA, teve em seu primeiro dia palestras de pesquisadores e relatos de experiências de pessoas com neurodivergências. O público incluiu membros e colaboradores da instituição.

O MP TEA tem o objetivo de disseminar informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências, promovendo a conscientização e ampliando o conhecimento sobre o tema entre os integrantes da instituição e o público em geral.
Após a abertura oficial, as atividades começaram com a terapeuta floral e palestrante na área de saúde emocional, Joseanne Cristina Roque, que abordou o tema “Somos uma família atípica; e agora? Como fica nossa saúde emocional?”. Ela destacou a importância do equilíbrio emocional e do acolhimento: “Precisamos apaziguar as emoções e acolher para fazer a diferença. Só o amor pode mudar.”
Em seguida, no “Momento de inspiração”, o acadêmico de Direito, Gelson Vinícius Vogel Almeida Pinto, compartilhou suas experiências e falou sobre sonhos, preconceitos e humanidade: “Serei um magistrado e tenho muito o que contribuir com a sociedade. Tratem o próximo da forma devida, sejam humanos.”
A neurologista Lívia Rodrigues Figueiredo Moreira discutiu “Neurodivergência na idade adulta: novas potencialidades”. Ela relatou sua própria experiência como superdotada e diagnosticada com autismo aos 40 anos, assim como suas duas filhas. Lívia enfatizou que “o caminho pós-diagnóstico não é linear. Ter o senso de pertencimento e conhecer seus limites é importante. Sua diferença pode ser seu maior potencial.”
Outro “Momento de inspiração” contou com o acadêmico de Zootecnia Hector Mendonça Ishikawa. O convidado falou sobre suas experiências tanto na academia quanto nos estágios em que atua – na cavalaria da Polícia Militar e no Bioparque Pantanal. Ele chamou a atenção de que “todo mundo gosta de falar, mas às vezes, as pessoas têm que aprender a ouvir e a se importar de verdade”.
A última palestra ficou por conta do músico Guilherme Monteiro Rodrigues Gulias com a abordagem “O poder transformador da música na vida das pessoas atípicas”, em que falou sobre os benefícios da musicoterapia para neurodivergentes e apresentou a iniciativa Piano House Átypos, plataforma que possibilita que pessoas com deficiência aprendam a tocar piano de maneira adequada e didática. Guilherme destacou que “existe uma diferença entre acessibilidade e facilitação, o que eu vejo hoje é que nós só temos facilitadores, há uma carência de métodos e didáticas”.

Compuseram a mesa de abertura a Procuradora-Geral Adjunta de Justiça Administrativa Nilza Gomes da Silva e os Promotores de Justiça Paulo Roberto Gonçalves Ishikawa (Coordenador do Programa MP TEA) e Fabricio Secafen Mingati (Presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público – ASMMP).
Programação de Sábado
Hoje (12), das 9h às 12h, o evento continua e será aberto ao público, com uma manhã dedicada a apresentações artísticas por pessoas neurodivergentes com habilidades específicas e à integração entre os presentes. Haverá também um piquenique, onde os participantes poderão trazer seus próprios lanches.
Karla Tatiane e Mauricio Aguiar – Fotos: Assecom MPMS