Com humor e esperança, os fisioterapeutas da Santa Casa de Campo Grande humanizam o tratamento e cuidam dos pacientes internados na instituição. Um dos processos que contribui para a recuperação dos hospitalizados, é levar o paciente até o ambiente externo com segurança para que ele consiga tomar um banho de sol.
Segundo a médica coordenadora da Linha de Cuidados Especiais da Santa Casa, Dra. Fernanda Romeiro, muitas vezes por causa do ambiente fechado, e o paciente não ser exposto à luz solar, acarreta um impacto psicológico negativo. “O paciente pode desenvolver um humor deprimido, e eles têm um grau de satisfação muito grande quando têm essa oportunidade de fazer o banho de sol. Com essa atividade fisioterapêutica externa, exposto à luz solar, temos um ajuste melhor do ciclo circadiano, que é o ciclo de sono”, explica a médica.
A fisioterapeuta Bruna Oliveira Corrêa do Amaral trabalha na Santa Casa há dez anos, e faz parte da equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Traumatologia. Ela explica que se há possibilidade de levar o paciente até a parte externa, isso contribui para um tratamento mais hábil. “Ajuda na humanização do paciente, voltar a ver o sol, sentir o vento na pele, é literalmente um sopro de esperança da vida”, ressalta.
Bruna ainda afirma que isso só é possível porque existe uma equipe de especialistas que se unem e se ajudam. “Por exemplo, o fisioterapeuta do período noturno não leva o paciente para a sacada, mas ele contribui no desmame da ventilação mecânica, na continuação da programação motora e respiratória do dia, e isso é fundamental”, esclarece.
Foi assim com a paciente Vanete Lemos de Souza, de 70 anos, que devido a uma doença pulmonar crônica, precisou de uma internação prolongada na UTI e, por isso, realizou o banho de sol, além de outros tratamentos pela equipe. De acordo com a supervisora da Fisioterapia da Unidade de Terapia Intensiva, Talita Santos de Arruda, essa ação demonstra que com a saída do ambiente fechado da UTI uma melhor adesão do paciente à terapia e frequentemente esses pacientes relatam maior sensação de bem-estar e alívio.
“Retirar o paciente do leito também reduz a incidência de delirium, fato que é comum em pacientes idosos ou que passaram por uso de sedativos. Ver o sol novamente, ter a noção do tempo e ver o movimento da cidade na sacada do nosso hospital com certeza se torna uma lembrança positiva em meio a tanta dificuldade que é o processo de internação”, finaliza.