Um adolescente de 17 anos morreu com suspeita de envenenamento no conjunto Dom Rufino, em Parnaíba, litoral do Piauí. Segundo o delegado Renato Pinheiro, outras oito pessoas da mesma família, incluindo quatro crianças, também foram hospitalizadas.
No início da tarde desta quarta-feira (1º), a Polícia Civil do Piauí (PCPI) informou que duas pessoas da família haviam morrido com suspeita de envenenamento, Leandro e a criança de 2 anos. Mas, durante coletiva de imprensa na Central de Flagrantes de Parnaíba, a polícia corrigiu a informação e confirmou apenas a morte do adolescente.
O delegado informou que a família passou mal nesta quarta-feira (1º) após ingerir peixes e arroz recebidos na noite de terça-feira (31). Os outros oito familiares, incluindo uma criança de dois anos, foram socorridos e encaminhados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).
Procurada, a assessoria de comunicação do Heda informou que dois adultos e uma criança continuam internados no hospital na manhã desta quinta-feira (2).
“O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e, quando chegou, uma das vítimas estava apresentando um quadro de convulsão. Iniciaram o atendimento e identificaram um possível envenenamento. Toda a família estava apresentando sinais de intoxicação. Parte dos peixes foi apreendida para a perícia ser feita”, disse o delegado Renato Pinheiro.
De acordo com o Samu, o adolescente morreu ainda na ambulância.
Quem são as vítimas?
Segundo a Polícia Militar do Piauí (PMPI), as vítimas são:
- O adolescente de 17 anos (morto);
- Duas irmãs do adolescente;
- O padrasto do adolescente;
- Uma mulher e seu filho, que também moravam na casa;
- E três crianças, filhas das irmãs do adolescente.
A PMPI informou que o dono da casa disse que seus familiares comeram peixe e alimentos de uma cesta básica doada na terça a noite à família. Porém, afirmou também que não se lembra do nome do doador.
Segundo a Polícia Civil, a vítima que morreu é parente de Ulisses Gabriel da Silva, de oito anos, e João Miguel da Silva, de sete, mortos em 2024 após comerem cajus envenenados. A vítima de dois anos é irmão dos meninos.
Perícia vai analisar comida e material das vítimas
À TV Clube, o diretor do Instituto de Medicina Legal (IML), Antônio Nunes, afirmou que a perícia da Polícia Civil coletou material do estômago, sangue e urina do adolescente morto. Outras equipes coletaram sangue e urina das vítimas internadas no Heda, que também serão analisados.
Além disso, uma equipe do IML foi à residência da família e apreendeu os alimentos consumidos por ela para determinar se há substâncias tóxicas neles.
“Já conversamos com o delegado Renato Pinheiro e vamos envidar todos os esforços para que esse exame toxicológico saia o mais rápido possível”, destacou Antônio Nunes.