Diagnóstico precoce é essencial no tratamento da doença
Em janeiro, mês dedicado à conscientização sobre a hanseníase por meio do Janeiro Roxo, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da doença, que é curável, mas ainda afeta muitas pessoas.
Em 2023, foram registrados 100 novos casos, com uma redução para 91, em 2024. Apesar da diminuição no número de casos, a orientação continua a ser de vigilância, já que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, destaca a importância da conscientização. “Muitas pessoas ainda têm receio ou desconhecem que a hanseníase tem cura. Identificar os sintomas e procurar ajuda o quanto antes é um ato de cuidado consigo mesmo e com os outros. O tratamento é gratuito e interrompe a transmissão rapidamente”.
A transmissão da doença ocorre apenas por contato prolongado com pessoas que ainda não estão em tratamento. Por isso, é fundamental que familiares e conviventes diretos dos pacientes também realizem exames para garantir o controle da doença. Em 2024, 69 contatos foram avaliados em Campo Grande. “Exames em contatos são fundamentais para evitar novos casos. Precisamos ampliar essa conscientização”, reforça Veruska.
O que é a Hanseníase? – A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode provocar manchas na pele com perda de sensibilidade, caroços e fraqueza muscular. A boa notícia é que o tratamento, oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é simples, eficaz e capaz de prevenir complicações e garantir a cura.
A Sesau convida a população a se informar e a cuidar da saúde. “A informação é a nossa maior arma contra o preconceito e a desinformação. Não há motivo para medo. Com tratamento adequado, a hanseníase é controlada e curada. Estamos aqui para ajudar”, ressalta Veruska.
Onde buscar ajuda? – Se perceber manchas na pele com perda de sensibilidade ou outros sintomas da hanseníase, é importante procurar atendimento médico o quanto antes.
Veja abaixo os locais onde você pode buscar ajuda:
Unidades de Saúde da Família (USFs) – Campo Grande conta com 74 Unidades de Saúde da Família (USFs) espalhadas pela cidade. Elas estão preparadas para atender, realizar exames de sensibilidade e, se necessário, iniciar o tratamento. A orientação médica e o diagnóstico precoce são essenciais para evitar complicações e garantir a cura.
Hospital São Julião – Nos casos mais graves, em que o paciente apresenta diversas lesões (multibacilares) ou há acometimento de nervos periféricos, o acompanhamento é realizado por meio da rede contratualizada, com o Hospital São Julião sendo referência no tratamento especializado da hanseníase. O hospital oferece acompanhamento para casos mais complexos e reincidências mediante regulação.
Como fazer o tratamento? – O tratamento da hanseníase pode ser realizado em qualquer unidade de saúde da Capital. Caso o paciente apresente manchas na pele, sem explicações, e falta de sensibilidade na região afetada, é recomendado procurar a unidade de referência da região onde reside, onde serão realizados testes de sensibilidade para ajudar no diagnóstico.
A confirmação da doença é feita de maneira clínica, e o tratamento com medicamentos, que pode durar de seis a doze meses, é iniciado assim que a suspeita é confirmada. Em casos de reincidência, resistência ao tratamento ou complicações associadas, o paciente é encaminhado para o Hospital São Julião.
Janeiro Roxo – O mês de janeiro foi escolhido como o ‘Janeiro Roxo’ para destacar a importância de conscientizar a população sobre a hanseníase, seus sintomas, formas de prevenção e tratamentos disponíveis. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a segunda posição no mundo em número de casos diagnosticados, ficando atrás apenas da Índia.