Setor de saúde pública pode entrar em colapso em uma década

A unificação de dados de saúde pode gerar uma economia de mais de R$ 100 bilhões por ano no setor de saúde em suas três esferas (público, terceiro setor e privado) e evitar um colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) em até 10 anos. O alerta foi feito pelo deputado federal e médico Ismael Alexandrino (PSD-GO), que participou de evento da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FESAÚDE), no auditório do Think Tank Arca, em São Paulo, com a participação dos principais representantes do setor de saúde no país. 

Alexandrino é o autor do projeto de lei que unifica dados de saúde de pacientes (PL 3719/2025), estabelecendo diretrizes para a transformação digital, a troca de informação entre sistemas de maneira eficiente e segura e a modernização dos mecanismos de gestão do SUS. O objetivo é gerar economia financeira e igualdade na prestação dos serviços públicos. 

O parlamentar destacou um cenário de urgência: “sem a medição e estruturação adequadas dos dados de saúde, o sistema brasileiro pode entrar em colapso em menos de dez anos”. Alexandrino baseia-se no crescimento de um “tripé” de patologias: doenças crônicas (cardiovasculares e demenciais), oncológicas e questões de saúde mental e suicídio. A falta de dados estruturados impede a formulação de políticas públicas eficazes para combater essas condições, que hoje lideram grande parte dos casos de atendimentos nas esferas pública e privada.

“Não podemos gerir o que não medimos. Se não conseguirmos medir com dados estruturados o impacto das doenças crônicas em nossa população, não conseguiremos afetar positivamente a vida dos brasileiros e garantir a sustentabilidade do nosso sistema,” defende o autor.

Segundo Alexandrino, o projeto tem potencial estimado de gerar uma economia superior a R$ 100 bilhões anuais para o sistema de saúde e uma redução de gastos que pode chegar a 18% à saúde suplementar. Isso seria possível com a adoção de sistemas digitais e o uso de tecnologias de ponta, gerando uma redução de custos estimados em até 20%, e a diminuição de cadastros e exames duplicados, além dos retrabalhos diagnósticos, conforme apontado por pesquisas do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O projeto tramita nas comissões de Ciência e Tecnologia, Saúde e Constituição e Justiça (CCJ), com previsão de ir a plenário no primeiro semestre de 2026.

“Nós, representantes do setor de saúde privada e, principalmente, defensores de uma saúde cada vez mais acessível, queremos debater temas relevantes como este no ambiente da Arca. Diante de um país de proporções continentais, a integração e a padronização dos dados de 213 milhões de brasileiros certamente é um caminho que pode nos ajudar a ter um raio-X cada vez mais preciso da nossa população”, afirma Francisco Balestrin, presidente da FESAÚDE.

Compartilhe:

Sobre Nós

Somos seu portal de notícias confiável e atualizado, trazendo as principais informações locais, nacionais e internacionais. Nossa equipe dedicada trabalha 24 horas por dia para oferecer jornalismo de qualidade, com credibilidade e imparcialidade.

© 2024 Todos Os Direitos Reservados – Gazeta Morena