Senador Nelsinho Trad destaca recuo tarifário dos Estados Unidos

Parlamentar cobra solução para setores ainda prejudicados

Sheyla Leal  – O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou que a retirada pelos Estados Unidos da sobretaxa de 40% sobre café, carne bovina e frutas brasileiras representa um avanço importante, embora parcial. “Agora, é garantir que nenhum setor fique para trás”, declarou o parlamentar, que preside a Comissão Temporária Externa Brasil–EUA (CTEUA).

Desde o início da crise, o senador Nelsinho Trad articulou interlocuções com autoridades americanas e conduziu missão oficial a Washington para apresentar os impactos das tarifas ao Congresso dos EUA.
“O impacto não é abstrato. Ele aparece no produtor que adia investimento, no frigorífico que segura compra, na cooperativa que perde contrato”, reforçou.

Tarifas sobre madeira também preocupam congressistas norte-americanos

Durante as reuniões no Capitólio, o setor de madeira — especialmente relevante para Paraná e Santa Catarina — foi mencionado diretamente por parlamentares americanos.

O senador Martin Heinrich, do Novo México, citou o setor madeireiro como um dos mais afetados pelas tarifas, alertando que os preços da madeira estão pressionando o custo da habitação nos Estados Unidos, em meio à crise imobiliária no país.

O senador Nelsinho Trad ressaltou que o assunto permanece como prioridade no diálogo com os EUA. “Ainda há produtos estratégicos, além da madeira, como pescados e industrializados, que continuam sofrendo com a sobretaxa. Essa agenda não está encerrada.”

A retirada parcial das tarifas faz parte de uma revisão da política comercial norte-americana que também alcançou outros países. Especialistas lembram que decisões desse tipo combinam fatores internos — como a pressão para reduzir a inflação de alimentos — com negociações técnicas e políticas bilaterais em curso.

Atuação combinada: Senado, diplomacia, governo e setor produtivo

A reversão parcial anunciada agora não foi o primeiro recuo americano. Desde o meio deste ano, a CTEUA — presidida pelo senador Nelsinho Trad — articulou reuniões com senadores de diferentes partidos e abriu o primeiro canal político formal com congressistas dos EUA desde a adoção das tarifas.

A missão a Washington, realizada no meio do ano, levou dados que alertavam para efeitos negativos aos dois países. “Mostramos que o tarifaço derrubava o nosso acesso ao mercado e, ao mesmo tempo, elevava o custo de vida deles. É uma equação ruim para ambos”, destacou o senador Nelsinho Trad.

Nos meses seguintes, a CTEUA manteve o ritmo. Recebeu em Brasília emissários da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, ajudou na reabertura do diálogo entre os Poderes Executivos e acompanhou os desdobramentos que levaram o governo norte-americano a rever medidas anteriores.

Alívio imediato no agro

Com a retirada das tarifas para café, carne e frutas, produtos que somam até US$ 5 bilhões anuais recuperam competitividade. Em 2024, os EUA responderam por 12% das exportações brasileiras, cerca de US$ 40,3 bilhões.

No café, as compras americanas haviam recuado mais de 50% desde agosto.

“O produtor vinha segurando estoque e renegociando carga porque não conseguia fechar preço com 40% a mais. Esse alívio muda o cenário”, avaliou o senador Nelsinho Trad.

Também voltam a competir com mais equilíbrio: manga, melão, mamão, abacaxi, tomate sazonal, açaí, coco, castanhas e sucos cítricos.

Recuos anteriores e próximos passos

Antes da reversão dos 40%, os EUA já haviam:
• retirado tarifas sobre boa parte das exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel (US$ 1,84 bilhão em 2024), como defendido pelo senador Nelsinho Trad em Washington;
• aprovado no Senado americano resolução para encerrar a emergência nacional que permitia sobretaxas de até 50%;
• suspendido a tarifa global de 10% aplicada a vários produtos agrícolas.

A CTEUA, presidida pelo senador Nelsinho Trad, deve apresentar seu relatório final até 6 de dezembro, com recomendações para consolidar um canal permanente de diálogo entre os Parlamentos e contribuir com o avanço nas pautas que seguem abertas — entre elas, a reversão das tarifas que ainda atingem madeira, pescados e industrializados.

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