Midiamax – O presidente do Paraguai, Santiago Peña, ordenou a elevação ao nível máximo do alerta de segurança em toda a faixa de fronteira. A medida enfatiza os departamentos de Amambay e Canindeyú, limítrofes com Mato Grosso do Sul, além de Alto Paraná.
A decisão foi anunciada após reunião do Conselho de Defesa Nacional (CODENA) depois da megaoperação no Rio de Janeiro que, apesar de deixar 121 mortos, não teve os principais alvos da ação capturados. São eles o Doca e Pedro Bala, líderes do alto escalão da facção Comando Vermelho.

Durante o encontro das autoridades, o presidente paraguaio determinou decreto que declara o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas.
Reforço e coordenação binacional
A ordem presidencial instrui o reforço de pessoal e meios materiais das Forças Armadas, da Polícia Nacional e da Direção de Migrações do Paraguai.
O ministro e secretário permanente do Codena, contra-almirante Cíbar Benítez, informou que o objetivo principal é ‘cuidar da cidadania’. Benítez destacou que as ações são preventivas e buscam proteger a população, afirmando que nenhum movimento militar ou policial deve gerar temor.
O governo paraguaio também destacou a coordenação com as forças de segurança do Brasil e da Argentina. Segundo o comunicado, estão sendo impulsionadas operações combinadas de controle e vigilância nos passos fronteiriços e nas zonas de trânsito.
Status de terrorista
A classificação do PCC e do CV como organizações terroristas permitirá ao Paraguai aplicar penas mais severas. A medida também visa fortalecer os mecanismos de cooperação internacional em matéria de segurança e extradição.
“Essas organizações transcendem a criminalidade comum; são autenticamente terroristas e ameaçam a vida das pessoas e a soberania do país”, sustentou o contra-almirante Benítez.
Plano operacional
O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, informou que o planejamento de operação já está em andamento. A medida prioriza o trabalho de inteligência, a vigilância aérea, com drones recentemente incorporados, e a articulação entre unidades militares e policiais.
“A combinação de forças policiais e militares nos faz invencíveis. O Estado paraguaio usará toda sua força disponível para proteger os cidadãos e garantir a segurança de nossas instituições democráticas”, afirmou Riera.
O ministro indicou ainda que será reforçada a segurança nos estabelecimentos penitenciários que abrigam membros desses grupos criminosos, com apoio do ministro Rodrigo Nicora. O plano contempla também a intensificação da luta contra o contrabando e o crime organizado, especialmente no período de fim de ano.
As autoridades paraguaias reiteraram que as ações não interferirão nas atividades comerciais nem no trânsito habitual das zonas de fronteira.




