NFL em Itaquera tem vaias ao hino dos EUA, Neymar no camarote e torcida em festa

Com shows antes da partida e no intervalo, fogos de artifício e participação ativa da torcida, a experiência foi marcada por um clima de espetáculo. Celebridades do mundo esportivo, como Neymar, e da televisão, como o apresentador Luciano Huck, marcaram presença. Por outro lado, apesar da expectativa de parte dos torcedores, a cantora norte-americana Taylor Swift não foi vista no estádio e sua presença não foi confirmada pela organização.

(FOLHAPRESS) – A segunda passagem da NFL (National Football League) pelo Brasil, na noite dessa sexta-feira (5), em Itaquera, não escapou ilesa da tensão diplomática entre o país e os Estados Unidos, mas conseguiu entregar aos torcedores a mistura de esporte e entretenimento que é a aposta da liga para ampliar sua base de fãs brasileiros.

Com shows antes da partida e no intervalo, fogos de artifício e participação ativa da torcida, a experiência foi marcada por um clima de espetáculo. Celebridades do mundo esportivo, como Neymar, e da televisão, como o apresentador Luciano Huck, marcaram presença. Por outro lado, apesar da expectativa de parte dos torcedores, a cantora norte-americana Taylor Swift não foi vista no estádio e sua presença não foi confirmada pela organização.

Motivo de polêmica no ano passado, o gramado da Neo Química Arena desta vez escapou de críticas. Em 2024, muitos jogadores escorregaram durante a partida em que o Philadelphia Eagles venceu o Green Bay Packers por 34 a 29. O problema repercutiu até fora do futebol americano. LeBron James, astro da NBA, escreveu nas redes sociais: “Cara, esse campo é uma m…”.

Reformado recentemente para voltar a receber a NFL, o gramado do estádio do Corinthians apresentou ótimas condições, desta vez, na vitória do Los Angeles Chargers sobre o Kansas Chiefs City, por 27 a 21.

Ainda assim, houve uma nova polêmica. Antes de a bola oval voar, ao fim da execução do hino nacional dos Estados Unidos -tradição nos jogos da NFL-, parte do público em Itaquera reagiu com uma breve vaia. O gesto ocorreu em meio à tensão causada pelas tarifas de 50% aplicadas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros vendidos nos EUA.

O republicano justificou a medida como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma trama golpista, que Trump classificou como uma “caça às bruxas”.

A polêmica, no entanto, logo se dissipou com o início da partida. A maioria dos torcedores passou a direcionar sua energia para dentro de campo, especialmente diante do bom começo do Los Angeles Chargers contra o Kansas Chiefs City -time que teve mais apoio nas arquibancadas, evidenciado pelo número de camisas vermelhas no estádio.

O início ruim dos Chiefs também frustrou Neymar. O jogador do Santos fechou um camarote exclusivo para convidados e foi ao gramado abraçar Travis Kelce, tight end do time de Kansas. Admirador de Patrick Mahomes, o craque havia revelado antes da partida sua torcida pelo uniforme vermelho e branco.

Sua presença chamou atenção por ocorrer no dia seguinte à vitória da seleção brasileira sobre o Chile, por 3 a 0, nas Eliminatórias da Copa. Mais uma vez preterido por Carlo Ancelotti, o atacante não foi convocado para os dois compromissos de setembro -o próximo será contra a Bolívia, na terça (9).

Assim como nas primeiras partidas sob comando do treinador italiano, em junho, a ausência foi atribuída a questões físicas. Neymar, no entanto, rebateu: “É a opinião dele. Eu respeito”, afirmou, sustentando que a decisão foi técnica. Apesar do clima de frustração com a seleção, em Itaquera o craque se divertiu, ao lado dos cerca de 45 mil presentes.

A exemplo da estreia brasileira da liga em 2024, a NFL recriou em São Paulo a atmosfera de seus grandes espetáculos nos EUA. No intervalo, Karol G -dona da segunda turnê mais lucrativa de uma artista latina na história- apresentou sucessos do álbum “Mañana Será Bonito”, lançado em 2023. A brasileira Ana Castela também se apresentou, sendo responsável pela execução do hino nacional antes do jogo. Para reforçar o clima festivo, cada torcedor recebeu uma pulseira luminosa controlada pela organização, que piscava em sincronia com as apresentações no gramado.

Mesmo sem fazer parte da programação oficial, a cantora norte-americana Taylor Swift, noiva de Travis Kelce, era esperada no estádio. A organização da NFL no Brasil chegou a divulgar sua presença e escalou uma equipe de segurança reforçada, de 25 pessoas, mas a artista não foi vista -nem nos camarotes, nem no telão, como costuma ocorrer em jogos nos EUA.

Quem esteve na arena pôde usufruir de regalias incomuns no futebol brasileiro. O transporte público funcionou em esquema especial: as estações Itaquera e Artur Alvim permaneceram abertas 24 horas, enquanto as demais da CPTM e do Metrô ficaram disponíveis para desembarque durante toda a madrugada. Diferentemente dos jogos do Corinthians, quando as estações fecham às 0h21, a operação foi estendida para dar suporte ao público.

Outro diferencial foi a venda de cerveja, com e sem álcool. A comercialização foi autorizada pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo estadual sob a justificativa de que se tratava de um evento cultural e de entretenimento, o que, segundo as autoridades, o afasta da proibição prevista para partidas de futebol na cidade.

No fim, a festa terminou ao ritmo de samba, com a música “Vou Festejar”, do icônico refrão: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.

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