Pesquisa inédita do SENAI e do SESI mostra que jovens gostam de modelo híbrido, mas ainda valorizam mais o salário do que a flexibilidade de horários
Principais dados:
– Remuneração baixa (50%) e estresse no ambiente de trabalho (28%) motivam troca de emprego;
– Para 55% dos jovens, salário é mais importante do que trabalho em formato híbrido;
– 79% dos jovens querem continuar estudando;
– 75% reconhecem que a inteligência artificial pode aumentar a produtividade;
– 49% têm interesse em trabalhar na indústria.
Os jovens brasileiros enxergam o mercado de trabalho com um olhar diferente. Uma pesquisa inédita do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI), com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), constatou que as novas gerações priorizam cada vez mais a autonomia, a remuneração e o propósito como critérios para definir caminhos profissionais. A pesquisa, conduzida pelo Instituto de Pesquisa Nexus, ouviu 1.958 jovens de 14 a 29 anos de todo Brasil.
“Mais do que se adaptar às transformações do mercado, a nova geração busca participar delas. O desafio é conectar essa disposição com oportunidades reais de formação e trabalho, unindo significado, segurança e futuro”, explica o diretor geral do SENAI, Gustavo Leal.
De acordo com a pesquisa, quando escolhem uma vaga, os fatores mais determinantes são o salário (41%), as possibilidades de crescimento (21%) e os benefícios complementares (20%). Remuneração baixa (50%) e estresse no ambiente de trabalho (28%) são os principais motivos para os jovens trocarem de emprego.
“Os dados mostram que salário abre a porta e atrai os jovens no início, mas é o respeito que mantém o engajamento, o propósito que sustenta o comprometimento e o plano de carreira que garante a permanência’, analisa o diretor superintendente do SESI, Paulo Mol.
> Confira a sonora do superintendente de Educação Profissional do SENAI, Felipe Morgado.
Remuneração é mais importante que flexibilidade de horário
Para 66% dos jovens, sendo a maioria mulheres, modelo híbrido é atrativo. Entretanto, salário ainda pesa mais que flexibilidade: 55% dos entrevistados não topariam uma jornada de trabalho com horários mais flexíveis com remuneração mais baixa, nem para ter mais tempo para atividades pessoais.
Jovens querem continuar estudando e se qualificando
O estudo também mostra que o desejo de evoluir profissionalmente se reflete na relação com a educação: 79% querem continuar estudando, e 88% aceitariam participar de cursos técnicos, graduações ou micro certificações gratuitas.
Outro aspecto marcante é a visão desse público sobre o papel da tecnologia. Para 68% dos jovens, competências digitais como uso básico e avançado de ferramentas online, análise de dados, comunicação, edição de conteúdo e vendas online são imprescindíveis no mundo do trabalho. Já 75% reconhecem que a inteligência artificial pode aumentar a produtividade, embora parte deles ainda tema a substituição de vagas.
Jovens têm interesse em trabalhar na indústria
Quase metade dos jovens brasileiros têm interesse em trabalhar na indústria (49%), sobretudo homens. O percentual de jovens que já procuraram vaga no setor é 41% entre os que têm de 25 a 29 anos. Isso mostra que, com o amadurecimento profissional, a indústria passa a ser considerada uma opção mais relevante.
O setor é percebido como um empregador sólido e de bom retorno financeiro. A longo prazo (20 anos), 53% dos jovens acreditam que a indústria pode satisfazer as pretensões financeiras e de carreira.




