O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh) aderiu à campanha Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio. A iniciativa busca reforçar a importância do acolhimento, do diálogo e da superação dos estigmas que ainda cercam o sofrimento psíquico.
Segundo Edilson Reis, psicólogo, coordenador técnico e professor do Curso de Extensão em Prevenção do Suicídio, além de capelão do Humap, a campanha cumpre um papel essencial ao lembrar que falar da dor é sempre necessário. “Uma dor não compartilhada dói mais. O Setembro Amarelo cria um espaço para dizer às pessoas em sofrimento: você não está sozinho, nós estamos aqui para escutar e acolher”, destaca.
Ele explica que o sofrimento mental nunca resulta de um único acontecimento isolado, mas de uma interação de fatores biológicos, sociais e emocionais que se acumulam ao longo do tempo. “São angústias, vergonha, medo, culpa, violência doméstica, abuso sexual. Muitas vezes, a pessoa não sabe aonde falar, como falar e por que falar. A campanha funciona como um farol, lembrando que existe saída e que procurar ajuda é um passo fundamental”, afirma.
Para o especialista, esse movimento é um divisor de águas, especialmente para os profissionais de saúde mental, que precisam estar preparados para acolher sem julgamento. “O desafio no atendimento a quem vive ideação suicida é lidar com a falta de perspectiva de futuro. E o Setembro Amarelo vem dizer para os profissionais que estão ali para acolher, não condenar, e, acima de tudo, motivar as pessoas a acreditarem que é possível superar esse momento de dor”, pontua.
O capelão Reis reforça ainda a importância da rede de apoio social e familiar nesse processo. “O mais importante é lembrar que saúde mental alterada não é motivo de vergonha ou silêncio. Ao contrário: falar da dor é necessário para que possamos transformar sofrimento em esperança. É preciso que familiares, amigos e colegas tenham uma postura de escuta e cuidado, sem julgamento”, conclui.
Sobre a Ebserh
O Humap-UFMS faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.