Cidade Universitária sedia de 3 a 8 de novembro o Festival Africanidades: Travessia Cultural na UFMS. Em celebração ao Mês da Consciência Negra, o evento reúne palestras e rodas de conversa sobre a cultura afro-brasileira, atividades artísticas, musicais, de moda e gastronomia. A programação é gratuita e aberta a toda a comunidade. A realização é da UFMS em parceria com o Centro Cultural Instituto Projeto Livres.
A pró-reitora de Cidadania e Sustentabilidade (Procids), Vivina Sol, afirma que a iniciativa reafirma o compromisso da Universidade com a extensão universitária e com o fortalecimento do diálogo entre ensino, cultura e comunidade. “Ao unir arte, cultura e cidadania, a UFMS cumpre seu papel social de promover espaços de expressão, reflexão e inclusão, valorizando saberes plurais e reconhecendo a importância da cultura afro-brasileira na formação da identidade nacional. Parcerias como essa ampliam o alcance das ações culturais e contribuem para uma universidade cada vez mais diversa, aberta e conectada à realidade social”, aponta.
Sobre a promoção da representatividade e combate ao racismo, a pró-reitora indica o papel estratégico da Instituição. “O Festival Africanidades traz para dentro da UFMS a potência das expressões afro-brasileiras, na música, na moda, na gastronomia e no debate acadêmico, reforçando que o combate ao racismo também se faz pela valorização das identidades, histórias e trajetórias que constroem o país. É uma oportunidade de aprendizado coletivo e de fortalecimento das políticas de diversidade e equidade que a UFMS vem consolidando nos últimos anos”, indica.
Para a diretora de Cidadania da Procids, Luciana Contrera, a realização do evento na Universidade reforça o espaço como um ambiente acolhedor, representativo e sustentável. “O Festival promove protagonismo, visibilidade e sustentabilidade. Na UFMS, combina palestras e rodas de conversa com acadêmicos e pesquisadores de 13 países africanos, unindo saberes acadêmicos e ancestrais. Na sociedade, valoriza a cultura negra local com shows, moda, gastronomia e performances artísticas. As atividades acadêmicas garantem debate crítico e reflexão, enquanto as ações artísticas emocionam, envolvem e transmitem valores importantes, como sustentabilidade e criatividade. Essa união fortalece o diálogo entre Universidade, movimentos sociais e comunidade externa, valorizando tanto o conhecimento produzido dentro da UFMS, quanto as manifestações culturais e ambientais da sociedade”, expõe.
Programação
No dia 3 de novembro, a partir das 17h, na galeria do Teatro Luís Felipe de Oliveira, haverá a abertura da exposição Vivências Singulares – Nem Tudo é Tragédia, do Coletivo Enegrecer. A mostra reúne obras de diversos artistas e permanecerá em cartaz durante todo o mês de novembro.
Às 19h, será realizada a cerimônia de abertura do Festival, com o espetáculo show Africanidades, da Banda Batuquecanta. O grupo é formado por alunos e professores do Instituto Projeto Livres, que desde 2020 desenvolve um trabalho musical que alia sustentabilidade e ancestralidade, utilizando instrumentos confeccionados com lixo seco e materiais recicláveis. O repertório une composições autorais como Bate Lata e Pinte sua Tela, a grandes clássicos da música negra brasileira, de nomes como Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Lazzo Matumbi. Os ritmos afro-brasileiros como coco, maracatu, samba-reggae, forró e baião se misturam ao som dos tambores sustentáveis, celebrando a força da percussão e da cultura popular. O show terá a participação especial do Coletivo Tarja Preta, que traz performances poéticas e cênicas evocando vozes ancestrais e resistência negra, em diálogo com o batuque e a musicalidade da banda. No intervalo do show haverá um desfile de moda afro sustentável, no qual será apresentada a Coleção Fashion Livres com retalhos e customizações de roupas, com as modelos Lara Ferraz, Miss MS Petit; Lorayne Cristina, Miss Mirim, e mulheres participantes do projeto.
Também a partir das 19h, na área externa do Teatro Glauce Rocha, haverá um espaço de celebração à gastronomia afro-brasileira, com a presença de Zezé do Acarajé, com o tradicional acarajé baiano e quitutes afro-brasileiros; e Marilena, que comercializa geleias e licores artesanais.
Nos dias 4, 5 e 6 de novembro, a partir das 19h, no auditório do Complexo Multiuso serão realizadas as palestras e rodas de conversa sobre cultura afro-brasileira, identidade, ancestralidade, cultura e protagonismo negro em diversas áreas do conhecimento. Haverá apresentação de pesquisas, relatos de experiências e falas de artistas.
No dia 7 de novembro, a partir das 17h, na concha acústica da Universidade, será realizado o sarau África na Concha, com artistas como a cantora Kelly Lopes, a performer Preta Princesa, a Associação Cultural Resiliência Capoeira, e a Liga Breaking. Haverá também um espaço de gastronomia, artesanato e economia criativa, com Zezé do Acarajé e Marilena.
No dia 8 de novembro, o festival será encerrado com uma edição especial do Sábado no Parque – Africanidades. As atividades iniciam às 8h, no Parque da Ciência.
Formação cidadã
Para a diretora Luciana Contrera, o evento contribuirá para a formação de estudantes mais críticos e conscientes da diversidade, da importância da inclusão e da sustentabilidade, fortalecendo a permanência de estudantes negros e de alunos africanos, que se sentem representados e valorizados. “Para a UFMS, o evento é mais que uma programação: é uma política institucional, reforçando o compromisso com a igualdade racial, ações afirmativas, acolhimento estudantil e práticas sustentáveis. Perspectiva futura: há intenção de replicar a exposição Vivências Singulares em todos os câmpus, ampliando acesso, valorização cultural e consciência ambiental em toda a universidade”, destaca.
A pró-reitora Vivina Sol reforça que o Festival simboliza o compromisso da Instituição com a diversidade, a equidade e a inclusão social. “Ao reunir pesquisadores, artistas e coletivos de diferentes origens, o evento estimula o diálogo intercultural e promove o reconhecimento das contribuições africanas e afro-brasileiras para a sociedade. A iniciativa reforça que a Universidade é um espaço de todas as vozes, onde a pluralidade é valorizada como princípio essencial para a construção de uma educação pública, democrática e antirracista”, finaliza.
Ariane Comineti e Heloísa Garcia




