Estudante de medicina morre em abordagem policial

Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, estudante do quinto ano de medicina da Universidade Anhembi Morumbi, perdeu a vida após ser baleado durante uma abordagem policial na madrugada da última quarta-feira (20). O incidente ocorreu na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo.

Filho caçula de médicos peruanos que se naturalizaram brasileiros há mais de duas décadas, Marco nasceu prematuro, pesando apenas 1,3 kg, conforme relatou sua mãe, Silvia Mônica, médica intensivista. “Ele era nosso tesouro. Um jovem generoso e amoroso, que concluiu o ensino médio aos 15 anos e escolheu seguir a carreira médica como os pais e o irmão mais velho, Frank”, afirmou, emocionada.

Com uma trajetória acadêmica exemplar, Marco também era atleta do time de futebol de sua faculdade, que prestou homenagem ao estudante nas redes sociais: “Neste momento de dor, estamos ao lado da família, amigos e colegas, que perderam não só um companheiro de jornada, mas também um amigo querido. Que sua memória continue viva em nossos corações”. Assista o video completo aqui

Policial Guilherme Augusto Macedo

Dinâmica do incidente

Segundo informações registradas, a ocorrência teve início na Rua Cubatão, onde Marco teria desferido um tapa no retrovisor de uma viatura policial. Após o gesto, ele correu até um hotel onde estava hospedado. Imagens de segurança mostram o estudante entrando sem camisa no local, seguido de perto por dois policiais.

O boletim de ocorrência aponta que Marco estava “alterado e agressivo”. No vídeo, os policiais o abordam, sendo possível ver um deles puxando o jovem pelo braço e o outro desferindo um chute. Em seguida, o policial Guilherme Augusto Macedo dispara contra Marco, atingindo-o no peito. A justificativa apresentada pelos agentes foi de que o estudante teria tentado tomar a arma de um dos policiais.

Marco foi levado ao Hospital Ipiranga, onde passou por cirurgia após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. Apesar dos esforços médicos, ele faleceu por volta das 6h40.

Investigação e repercussão

Os policiais envolvidos foram afastados preventivamente, enquanto o caso está sendo apurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A ocorrência foi registrada como morte decorrente de intervenção policial.

Um detalhe que levantou questionamentos foi o fato de que as câmeras corporais dos agentes estavam desligadas no momento da abordagem, embora estivessem devidamente acopladas aos uniformes.

Claudio Silva, ouvidor das Polícias de São Paulo, criticou duramente a ação, afirmando que os policiais usaram força desproporcional. “As imagens mostram que o jovem estava desarmado e não houve aplicação do uso progressivo da força, conforme previsto nos protocolos da PM”, declarou.

O caso gerou grande comoção e reforçou os debates sobre violência policial e a necessidade de maior transparência e rigor no cumprimento de protocolos de segurança pública.

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