Equipe do Biotério Central recebe treinamento na Califórnia

Parte da equipe do Biotério Central da UFMS participou de um treinamento na Universidade da Califórnia, em Irvine (UCI), nos Estados Unidos, em um laboratório de alta contenção biológica. O objetivo foi o aprimoramento das práticas de biossegurança e bioproteção da equipe, fortalecendo a atuação da Universidade em ambientes laboratoriais. 

Para a diretora de Cooperação Científica e Tecnológica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp), Beatriz Silva, é muito importante que os servidores tenham uma capacitação diferenciada para o biotério porque se trata de uma área extremamente restrita e com normas rigorosas de biossegurança. “É fundamental que a equipe do setor seja altamente capacitada para conduzir pesquisas no interior do laboratório, além de orientar e capacitar os pesquisadores usuários da área”, aponta. 

“A Propp entende que é de fundamental importância esse tipo de treinamento e espera-se que esse tipo de capacitação se dê de forma contínua. Esses treinamentos garantirão que as práticas de biossegurança estejam sempre atualizadas, prevenindo falhas operacionais e reduzindo a chance de acidentes ou contaminações”, acrescenta.

A responsável pelo Biotério Central, Telma Bazzano da Silva, explica que os laboratórios e biotérios nos quais ocorre manipulação de patógenos são classificados em relação ao nível de biossegurança de 1 a 4, de acordo com o risco oferecido pelo trabalho realizado na estrutura e, consequentemente, com as barreiras de contenção exigidas, sendo o nível 1 referente ao menor risco e nível 4 ao maior risco. “As estruturas com nível de biossegurança 3 e 4 são consideradas ‘estruturas críticas’, pois permitem o trabalho com patógenos de alto risco para os indivíduos e moderado ou alto risco para a coletividade”, informa.

A UFMS possui, desde 2024, um laboratório de experimentação de alta contenção biológica com nível de biossegurança 3 (NB-3). “Essa estrutura tem como objetivo permitir o desenvolvimento de pesquisas com patógenos de alto risco individual e moderado risco para a coletividade, como a tuberculose, por exemplo”, indica.

Conforme a servidora, a partir da inauguração do laboratório, a equipe decidiu participar de chamada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, com o objetivo de apoiar projetos de pesquisa que visem contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação do país, por meio de capacitação de recursos humanos para atuação em ambientes de alto nível de contenção biológica (NB-3, NB-3A, NB-3Ag). A proposta da Universidade foi coordenada pelo médico veterinário Gediendson Ribeiro de Araújo e foi aprovada para a capacitação internacional de três médicos veterinários e um técnico de laboratório que atuam na área de experimentação NB-3 do Biotério Central. 

Para concorrer à chamada pública, era necessário indicar o local onde a equipe pretendia se capacitar e apresentar uma carta de aceite da instituição escolhida. Dessa forma, a equipe do Biotério foi em busca de referências mundiais em biossegurança e laboratórios de alta contenção. “Nesse período, recebemos a notícia de que a equipe do projeto Orion, primeiro NB-4 do Brasil, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, havia sido capacitada pelo National Biosafety Level 3 (BSL-3) Training Program da UCI. Contactamos, então, o Centro de treinamento em NB-3 da UCI para verificar a possibilidade da nossa equipe participar do treinamento oferecido pela instituição e obtivemos uma resposta positiva, recebendo a carta de aceite para realização da capacitação”, lembra Telma. 

A equipe do Biotério Central que participou da formação na Califórnia foi então composta pelos médicos veterinários: Gediendson Ribeiro de Araújo, responsável técnico do laboratório de edição e conservação genética; Maria Paula Ferreira Frazilio, responsável técnica das áreas de experimentação NB-2 e NB-3; e Adriana Conceiçon Guercio Menezes, responsável técnica pela área de criação de modelos animais;  e pelo técnico de laboratório Jonas Magalhães Moreira, que realiza apoio técnico às atividades conduzidas nas áreas de experimentação.

Para a servidora Telma, a formação foi uma conquista para a unidade e também para a UFMS. “Uma vez que estes servidores poderão capacitar os usuários da área de alta contenção para que as pesquisas desenvolvidas no laboratório ocorram de forma segura, protegendo não só os pesquisadores como, também, o ambiente e a comunidade externa”, destaca. 

Durante a missão técnica na UCI, a equipe da UFMS foi convidada a visitar também o UCI Transgenic Mouse Facility, especializado em modelos animais para pesquisas em Alzheimer e também, no UCI A/BSL-3 Facility, laboratório de alta contenção biológica especializado em pesquisas com patógenos de classificação de risco 3. “Tais visitas possibilitaram trocas de conhecimentos entre as equipes, criando a oportunidade de futuros acordos de cooperação entre as universidades, com possibilidade de intercâmbio entre pós-graduandos das duas instituições”, ressalta Telma. 

“A capacitação frequente reforça rotinas críticas, como o uso correto de EPIs, procedimentos de contenção, descarte de resíduos e respostas a emergências, entre outras, assegurando que a equipe mantenha competência técnica e segurança em todas as etapas do manejo”, conclui a servidora responsável pelo Biotério Central.

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