O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado no terceiro sábado de outubro (18/10), chama a atenção para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. Dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, apontam 242,8 mil casos de sífilis adquirida em 2023, além de 86,1 mil diagnósticos em gestantes e 25 mil de sífilis congênita, responsáveis por 196 mortes no País.
O infectologista e consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde, Marcelo Cordeiro, explica que a sífilis é uma infecção que progride em estágios. Na fase primária, segundo ele, o sinal mais comum é uma ferida indolor, conhecida como cancro, que geralmente aparece nos genitais, ânus e boca. Nesse estágio, mesmo sem tratamento, as lesões podem desaparecer espontaneamente. “Se não diagnosticada, a doença pode evoluir para sintomas como febre, manchas na pele, dor de garganta e aumento dos gânglios linfáticos”, alerta o especialista.
O médico lembra que, apesar de grave, a sífilis é uma doença curável. “É importante ressaltar que a sífilis é tratável com antibióticos. Portanto, o diagnóstico e o início rápido do tratamento são fundamentais para prevenir complicações e a transmissão para outras pessoas”, destaca.
No caso de gestantes, a detecção precoce é ainda mais importante, uma vez que a sífilis congênita ocorre quando a mãe transmite a infecção para o bebê durante a gravidez. Essa forma da doença pode provocar aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, além de sequelas graves ou até óbito.
“No pré-natal, a recomendação é que a gestante realize o exame já no primeiro trimestre e repita no terceiro. Existem desde testes rápidos até análises laboratoriais confirmatórias, que detectam anticorpos produzidos contra a bactéria. Em situações específicas, amostras de líquidos corporais, como o líquor, também podem ser coletadas e analisadas”, explica o infectologista.
O especialista também reforça que o uso do preservativo (masculino ou feminino) é a principal forma de prevenção da sífilis. Além disso, parceiros de gestantes diagnosticadas também devem realizar os exames e, se necessário, iniciar tratamento para evitar novas infecções.