Citado por delator do PCC, segurança de Gusttavo Lima é procurado

O policial civil Rogério de Almeida Felício, conhecido como “Rogerinho”, está sendo procurado pela Polícia Federal como parte de uma operação deflagrada nesta terça-feira (17), em São Paulo. A ação, realizada em conjunto com o Ministério Público Estadual (MP-SP), investiga a atuação de policiais civis suspeitos de colaborar com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país.

Até o momento, sete pessoas foram presas, incluindo um delegado e outros três policiais civis, todos acusados de atuar em benefício do grupo criminoso.

Relação com o caso Gritzbach

Rogerinho também é citado em uma delação premiada feita pelo empresário Vinícius Gritzbach, morto a tiros no mês passado na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com as investigações, Rogerinho teria ficado com um relógio de luxo pertencente ao empresário, item supostamente obtido de forma irregular. Prints de redes sociais mostram o policial exibindo o objeto, apontado pelos investigadores como fruto de transações ilegais.

O policial civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, ao lado do cantor Gustavo Lima em Miami, Estados Unidos. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Apesar de receber um salário de aproximadamente R$ 7 mil como policial civil, Rogerinho é identificado como sócio de uma clínica de estética, uma empresa de segurança privada e uma construtora na capital paulista, o que levantou suspeitas sobre sua renda.

Esquema investigado

As investigações apontam que o grupo criminoso manipularia investigações policiais, vazaria informações sigilosas e venderia proteção a membros da facção. Além disso, as ações teriam facilitado a lavagem de dinheiro do PCC, gerando um fluxo financeiro de mais de R$ 100 milhões desde 2018.

Na manhã desta terça-feira, equipes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em locais associados a Rogerinho, mas ele não foi encontrado.

Detalhes da operação

Denominada “Operação Tacitus”, em referência ao termo latino que significa “silencioso” ou “não dito”, a ação mobilizou cerca de 130 policiais federais, promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e agentes da Corregedoria da Polícia Civil. Foram emitidos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.

Os alvos da operação, incluindo Rogerinho, são acusados de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens, cujas penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Outros envolvidos

Entre os detidos, destacam-se o delegado Fabio Baena e os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo “Bombom”. Além deles, Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura, conhecido como “Molly”, também estão entre os presos.

O delegado Fabio Baena, que foi citado por Gritzbach em sua delação, é acusado de extorquir o empresário enquanto comandava uma investigação na qual ele era suspeito de ordenar o assassinato de dois integrantes do PCC.

O advogado Daniel Bialski, que defende Baena e Monteiro, classificou as prisões como abusivas, mas afirmou que só comentará o caso após acessar os autos da decisão judicial.

Esclarecimentos e continuidade

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha a operação e colabora com a Polícia Federal e o Ministério Público para a execução das diligências.

A operação é parte de um esforço conjunto para desmantelar esquemas de corrupção e proteger a integridade das instituições de segurança pública, que vêm sendo afetadas por ligações com o crime organizado.

Joias apreendidas na operação da PF e MP que prendeu policiais de São Paulo suspeitos de atuar para o PCC — Foto: Reprodução

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