Campo Grande (MS), 15 de dezembro de 2025 — A capital sul-mato-grossense vive nesta segunda-feira uma paralisação total do transporte coletivo urbano. Motoristas e trabalhadores do Consórcio Guaicurus cruzaram os braços em uma greve geral que deixou terminais e pontos de ônibus vazios, deixando milhares de usuários sem transporte — uma medida que impacta diretamente a rotina de trabalhadores, estudantes e demais moradores da cidade.
Motivo da paralisação
A paralisação foi definida após uma assembleia realizada na última quinta-feira (11) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG). A categoria reivindica o pagamento integral dos salários do mês de novembro, o adiantamento habitual e a segunda parcela do 13º salário, que ainda não foram quitados. A greve começou após atrasos que duram mais de uma semana.
Mesmo com o Consórcio Guaicurus informando ter efetuado o pagamento de 50% dos salários atrasados na sexta-feira (12), os trabalhadores mantiveram a decisão de parar as atividades até que todos os valores pendentes sejam pagos.
Impactos imediatos
Com a paralisação, a cidade acordou sem ônibus do transporte coletivo em circulação. Terminais como Guaicurus, Morenão e Bandeirantes ficaram sem movimento logo nas primeiras horas da manhã, enquanto usuários enfrentam dificuldades para se deslocar, muitos recorrendo a corridas por aplicativos ou caronas improvisadas.
Estima-se que mais de 100 mil passageiros sejam afetados diretamente pela greve ao longo do dia, prejudicando especialmente quem depende exclusivamente do transporte público para chegar ao trabalho, à escola ou a consultas médicas.
Reação das autoridades e críticas
A Prefeitura Municipal de Campo Grande e órgãos reguladores acompanharam a evolução do impasse. Nos últimos dias, o município chegou a notificar formalmente o Consórcio Guaicurus, exigindo esclarecimentos e alertando para possíveis sanções contratuais caso a paralisação flagrante dos serviços continuasse comprometendo a população.
Enquanto isso, passageiros e lideranças comunitárias criticam a falta de soluções, ressaltando que a crise expõe problemas estruturais no sistema de transporte público da cidade, que enfrenta dificuldades financeiras ligadas a repasses e à gestão do consórcio.
Cenário e expectativas
A greve ocorre em uma época de grande movimento na cidade, com festas de fim de ano e maior demanda por mobilidade. Até o fechamento desta edição, não havia previsão oficial para o retorno regular do transporte coletivo — a retomada das atividades dependerá do pagamento integral dos salários e benefícios reivindicados pela categoria.
A população segue em expectativa, enquanto as negociações entre sindicato, empresa concessionária e poder público devem continuar ao longo do dia.



