g1 MS – Igor Silva de Souza, de 28 anos, confessou ter estuprado a própria filha, Ísis Ojeda da Silva, de 1 ano e 9 meses. O crime aconteceu entre a noite de terça-feira (8) e a madrugada de quarta-feira (9), em Camapuã(MS). A menina morreu após o abuso, e o caso é investigado pela Polícia Civil. O g1 não encontrou a defesa do suspeito.
O pai foi preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável com resultado em morte. À polícia, ele confessou o crime e deu detalhes de como agiu. Segundo o delegado Matheus Vital, responsável pelo caso, a mãe da criança e ex-esposa do suspeito afirmou, em um primeiro momento, que não sabia do crime. Apesar disso, a Polícia Civil investiga se houve omissão ou negligência por parte dela.
“Ele confessou os abusos. A mãe afirmou que não sabia, contudo, se ficar evidenciado na investigação que ela teve passividade/omissão, sem dúvidas irá responder também”, afirmou o delegado.
A menina, que usava traqueostomia, havia sido atendida no Hospital Universitário de Campo Grande para tratar uma infestação causada por larvas. Ela deu entrada no HU no dia 28 de junho, segundo o hospital, com infecção na traqueostomia, larvas, piolhos e pneumonia. A bebê tinha ainda histórico de dificuldade respiratória, convulsões e choque.
“Durante a internação, ficou estável, respirando bem, comendo normalmente e sem febre após o início do tratamento. No dia 30/06/2025, passou por uma cirurgia para retirar as larvas e trocar a cânula da traqueostomia por causa de um estreitamento na traqueia“, disse o hospital em nota enviada ao g1.
Segundo o delegado, o hospital será oficiado para fornecer os dados do tratamento da criança.
“Soubemos pela genitora que ela havia recebido alta há dois dias do HU porque estava tratando uma miíase. Se for evidenciado que houve ausência de cuidados imprescindíveis pelos genitores, também serão indiciados pelos maus-tratos”.
Atendimento, abuso e morte
O delegado informou que a polícia foi acionada pelo hospital de Camapuã após a morte da bebê e a constatação de sinais de abuso.
A criança deu entrada no posto de saúde da cidade com dificuldade para respirar. Devido à gravidade do quadro, foi transferida para o Hospital Municipal, onde morreu.
“O médico que a atendeu disse que havia vestígios de abuso, e a polícia iniciou diligências para identificar o autor. A mãe não trouxe informações relevantes e afirmou que desconhecia o crime”.
O pai foi ouvido pelos policiais e confessou ter cometido o abuso com conjunção carnal. Ele foi preso em flagrante, e o delegado solicitou a conversão para prisão preventiva. Agora, o pedido aguarda decisão da Justiça.
O corpo da bebê foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) de Costa Rica para exames de necropsia e sexologia.
Interrogatório
Em depoimento à polícia, o pai detalhou o crime. Ele contou que a família passou a noite na casa de uma prima, onde todos jantaram e dormiram em um colchão no chão.
Na manhã seguinte, o homem foi trabalhar, enquanto a mãe levou os dois filhos para a casa da bisavó da criança. No local, a menina começou a passar mal e a sentir falta de ar, sendo levada a uma unidade de saúde. Devido à gravidade, foi transferida para um hospital, mas já chegou sem vida. Foi lá que os médicos constataram os sinais de abuso sexual e acionaram a polícia.
Uma agente de saúde foi até o trabalho do pai para avisá-lo que a filha estava em estado grave. Ele pegou os documentos da criança e foi ao hospital. Ao chegar na unidade, foi abordado por policiais e, ao ser questionado, confessou o crime.
Segundo a polícia, após a confissão, o homem pediu ajuda médica e acompanhamento psiquiátrico. O caso segue em investigação