Rumo a uma nova etapa de construção da política nacional sobre mudanças climáticas até 2035, Mato Grosso do Sul foi palco de um debate conduzido pelos ministros Marina Silva, do Meio Ambiente, e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República. O evento realizado na noite desta quarta-feira (14), em Campo Grande, a quarta cidade brasileira a receber a Plenária do PLANO CLIMA Participativo, destacou o papel essencial do Estado na preservação do bioma Pantanal, assim como os desafios enfrentados pelas comunidades locais diante do avanço das alterações climáticas.
O vice-governador de MS, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, deu as boas-vindas aos ministros, reforçando o compromisso do Governo em ser um parceiro ativo na busca por soluções ambientais. “O Pantanal é uma das maiores riquezas que temos, e a preservação desse bioma é uma prioridade para nossa gestão. A parceria com o Governo Federal fortalece nossas ações em momentos críticos, como o combate aos incêndios florestais e a proteção das comunidades que dependem da sustentabilidade da região”, afirma Barbosinha.
A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) pontuou dentre as falas sobre a inédita Lei do Pantanal como um marco para proteger o bioma e base para enfrentar questões como o desmatamento e a seca prolongada. “Uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas é o Pantanal, por isso estamos avançando com políticas que assegurem sua preservação. A transição energética e o desenvolvimento de uma política climática são passos fundamentais para o futuro do país”, disse Marina, enfatizando a importância da colaboração com estados como Mato Grosso do Sul.
A formulação do Plano Clima é liderada pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que conta com a participação de representantes de 22 ministérios, além da Rede Clima e do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. O plano se estrutura em dois pilares centrais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ecossistemas naturais às crescentes mudanças climáticas, garantindo mais resiliência e sustentabilidade para o futuro do país.
Márcio Macêdo, ministro Secretária-geral da Presidência da República, frisou a necessidade do engajamento da sociedade no Plano Clima Participativo. “É fundamental que todos, especialmente as populações locais, tenham voz na construção desse plano. As contribuições que estamos recebendo em plenárias como a de Campo Grande vão nos ajudar a traçar diretrizes que impactarão o Brasil até 2035”, explicou Macêdo.
O encontro contou com a participação de especialistas e representantes de movimentos sociais, que destacaram propostas inovadoras para a recuperação de áreas degradadas e o fortalecimento das comunidades locais.
O Plano Clima Participativo também segue em outras regiões do Brasil, e as propostas serão compiladas para serem apresentadas na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), no Azerbaijão, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em novembro. Já o resultado de todo o processo de formulação de instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, com participação direta da sociedade civil, será apresentado na COP30, que acontece no Brasil, no próximo ano.
Barbosinha também pontuou que o Plano Clima Participativo é mais do que uma ação política, é um compromisso com o futuro de nossas gerações. “O Estado está alinhado a esse projeto e, juntos, transformaremos desafios ambientais em oportunidades de crescimento sustentável. Estamos comprometidos com a preservação de nossos recursos naturais e na defesa da vida de quem depende deles, tanto no presente quanto no futuro, e estou certo de que Mato Grosso do Sul será um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento com preservação”, finaliza o vice-governador.