A Justiça do Mato Grosso do Sul, por meio da Vara do Juiz das Garantias, Tribunal do Júri e Execução Penal da Comarca de Dourados, autorizou a quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos celulares apreendidos pertencentes à vítima, o padre Alexsandro da Silva Lima, e aos investigados em seu assassinato.
A decisão assinada na semana passada pelo juiz Ricardo da Mata Reis, visa aprofundar a investigação sobre o crime, oficialmente tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), e esclarecer o envolvimento dos acusados, além de buscar a possível identificação de outros envolvidos.
O documento judicial, a qual o Dourados News teve acesso, defere o uso do software de inteligência para realizar a perícia nos dispositivos.
A medida é considerada crucial pela Polícia Civil para reforçar a tese de latrocínio premeditado e descreditar a versão apresentada pelo principal suspeito, Leanderson de Oliveira Júnior, de 18 anos.
A Polícia Civil afirmou em coletiva de imprensa que o caso é tratado como roubo seguido de morte, com os dois autores diretos confessando que planejaram o crime com antecedência.
Conforme o delegado do SIG (Serviço de Investigação Geral), Lucas Albe, a motivação seria roubar o carro da vítima para vendê-lo no Paraguai, subtrair o celular e usar a residência para festas.
Outro lado
O acusado, contudo, alegou que o crime teria sido desencadeado por uma suposta tentativa de ataque sexual por parte do padre, o que a polícia afirma não ter indícios técnicos que corroborem, sendo a quebra de sigilo essencial para esclarecer o fato.
Ainda conforme o acusado, ele conheceu o padre através de um ex-cunhado, ao qual, supostamente, Alexsandro oferecia dinheiro para manter relações sexuais.
O crime
O Padre Alexsandro da Silva Lima desapareceu na noite de sexta-feira (14) e seu corpo foi encontrado no sábado (15) no Distrito Industrial, enrolado em um tapete. A perícia apontou que a morte ocorreu em sua própria residência, com golpes de martelo e facadas.
Além de Leanderson de Oliveira Júnior, que foi transferido para a Penitenciária Estadual de Dourados (PED), um adolescente de 17 anos também foi identificado como participante direto e internado na Unei.
Outros três suspeitos, sendo duas adolescentes e um adulto de 18 anos, foram presos por atuarem no pós-crime, ajudando na limpeza da casa, transporte do corpo e furto de objetos. Mas, após passarem por audiência de custódia, acabaram soltos pela justiça para responderem em liberdade.



