Nova Licença-Paternidade: advogada explica o que você precisa saber 

A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (4 de novembro) , uma importante atualização na legislação brasileira. Trata-se da nova licença-paternidade, que será ampliada gradualmente até chegar a 20 dias de afastamento remunerado para os pais. Essa conquista representa um avanço significativo na valorização da paternidade, na igualdade entre homens e mulheres e no fortalecimento das famílias.  

Dra. Rayla Santos, professora e coordenadora do curso de Direito da Afya Centro Universitário Itaperuna, afirma que essa regulamentação trata-se de uma marco de extrema importância pois confere maior previsibilidade e estabilidade às relações de trabalho. De forma clara e prática, a advogada lista tudo o que você precisa saber sobre essa mudança. 

 1. O que muda na licença-paternidade?

Até agora, o pai tinha direito a cinco dias de afastamento, conforme previsão transitória da Constituição de 1988.  Com o novo projeto aprovado pela Câmara, a licença será regulamentada por lei específica, e  o período de afastamento aumentará progressivamente até atingir 20 dias em até três anos. O pagamento será integral, garantindo que o trabalhador receba todo o valor do seu salário durante o período.

Segundo a Dra. Rayla, essa regulamentação preenche uma lacuna histórica e traz mais segurança jurídica tanto para o empregado quanto para o empregador. ”Por muito tempo, o tema careceu de uniformidade, gerando interpretações divergentes e insegurança jurídica. Ao estabelecer regras claras e atualizadas, a norma preenche uma lacuna histórica e assegura equilíbrio entre os direitos trabalhistas e a sustentabilidade das relações empregatícias, protegendo tanto o empregado quanto o empregador “, explica a especialista.

 2. Quem tem direito?

O benefício é garantido a pais biológicos e adotivos, sem distinção. Isso inclui pais casados ou em união estável, pais adotivos de crianças de até 12 anos, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pais solo, em casos de adoção individual ou de falecimento da mãe.

A advogada explica que a legislação reconhece a pluralidade das famílias e assegura que todos os arranjos familiares tenham o mesmo respeito e proteção. “A legislação brasileira vem evoluindo no reconhecimento da pluralidade das entidades familiares. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, abriu espaço para um conceito mais amplo de família, pautado no afeto, na solidariedade e na dignidade da pessoa humana. Hoje, o Direito não se limita mais à família tradicional, reconhecendo uniões estáveis, famílias monoparentais, homoafetivas e outras configurações que refletem a diversidade social, garantindo a todas elas respeito, proteção e igualdade de tratamento”, detalha a professora.

 3. Como será o pagamento?

Durante a licença-paternidade, o empregador continuará pagando o salário normalmente, sem desconto. Diferente da licença-maternidade, que é custeada pelo INSS, a remuneração do pai é responsabilidade direta da empresa. 

 4. Por que essa mudança é importante?

De acordo com a especiasta da Afya Itaperuna a ampliação da licença-paternidade é um marco de humanização das relações trabalhistas e familiares, segundo ela, quando o pai pode participar dos primeiros dias de vida do filho, há ganhos para todos: a mãe tem mais apoio, o bebê recebe mais cuidados e o vínculo familiar se fortalece. É um avanço social que reflete o princípio da dignidade da pessoa humana e da igualdade de gênero. ”A ampliação da licença-paternidade simboliza uma mudança de paradigma nas relações trabalhistas, ao reconhecer que o cuidado com os filhos não é responsabilidade exclusiva da mãe. Essa medida promove a corresponsabilidade parental e humaniza as relações de trabalho, ao valorizar o papel afetivo, emocional e social do pai no início da vida da criança. É um passo essencial para equilibrar as esferas profissional e familiar”, afirma

 5. E quanto à estabilidade no trabalho?

O projeto também discute a criação de estabilidade de 30 dias após o retorno do pai ao trabalho, medida semelhante à que já existe para as mães. Isso impediria demissões imediatas após o período de licença, garantindo mais segurança ao trabalhador. 

 6. O que ainda pode avançar?

Mesmo com esse progresso, a especialista lembra que ainda há espaço para melhorias. Segundo ela, o ideal é que, no futuro, possamos ter um modelo de licença parental igualitária, onde pai e mãe possam compartilhar o tempo de afastamento de forma flexível, respeitando as necessidades de cada família. 

“Um modelo de licença parental igualitária permitiria que o tempo de afastamento fosse distribuído de maneira justa e personalizada, considerando as particularidades de cada núcleo familiar. Tal avanço representaria uma política pública de equidade de gênero, inclusão e valorização da parentalidade compartilhada, contribuindo para relações familiares mais equilibradas e saudáveis”.

7. O que essa conquista representa?

Mais do que um direito trabalhista, essa nova etapa é um reconhecimento do papel ativo dos pais na criação dos filhos. Para a advogada, garantir a presença do pai é garantir apoio, afeto e equilíbrio e fortaleza  para a família. “O envolvimento paterno desde o nascimento proporciona afeto, segurança e equilíbrio, além de reforçar valores de corresponsabilidade e igualdade. Trata-se de uma conquista não apenas para as famílias, mas para toda a sociedade, que se beneficia com cidadãos formados em ambientes mais saudáveis e igualitários”, conclui a professora.

Sobre a Afya

A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica  no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de Medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

Mais informações em: www.afya.com.br ir.afya.com.br.

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