HU-UFGD/Ebserh realiza primeira cirurgia bariátrica pelo SUS em Dourados

O Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), filiado à Rede Ebserh, realizou na última sexta-feira (29) a primeira cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Dourados. O procedimento marca um avanço histórico para a saúde pública da região e abre novas perspectivas para pacientes que aguardavam por essa possibilidade no município.

A primeira paciente a passar pelo procedimento foi Cláudia Barros, que nesta segunda-feira, 1º de setembro, comemora seu aniversário de 45 anos com um presente especial: o início de uma nova etapa de vida. Emocionada, ela relatou a importância da cirurgia.

“É a realização de um sonho, né? Não só em relação a emagrecer, mas em relação à saúde, porque a bariátrica ela vem para sanar as doenças que eu tenho, como pressão alta, diabetes, colesterol, em relação à obesidade. (…) Então, eu estou hiper mega feliz de ter sido a primeira selecionada a fazer a bariátrica aqui no HU e estou radiante”.

Segundo Cláudia, o processo para alcançar esse momento começou há anos, em acompanhamento médico no hospital.

“Eu faço acompanhamento com a endócrino Viviane, daqui do HU mesmo, desde 2017. Antes um pouquinho da pandemia, a gente cogitou essa possibilidade de fazer a bariátrica. Mas ela falou que ia ser um pouco difícil, porque aqui em Dourados não tinha. Então a gente teve o sonho pausado por um tempo por causa da COVID”.

Nova vida no dia do aniversário

Cláudia destaca que o 1º de setembro ficará marcado como o início de uma vida renovada, com mais saúde e qualidade de vida.

“Houve acompanhamento com o cirurgião, com a nutricionista, psicóloga, também passei por cardiologista. (…) Estou sendo tratada da melhor forma possível, como todas as vezes que eu fui atendida aqui. O atendimento é excelente. E, não esquecendo de falar que a cirurgia bariátrica foi um presente para mim”, afirmou.

A paciente recebeu alta no sábado (30/08) e já se recupera em casa.

Atendimento multidisciplinar

O procedimento contou com uma equipe multiprofissional do HU-UFGD/Ebserh, envolvendo médicos, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais da saúde. A psicóloga Maiara da Silva, que acompanhou a paciente desde o início do processo, ressaltou a importância desse cuidado integrado.

“Eu trabalho na clínica cirúrgica e faço o acompanhamento dos pacientes candidatos à cirurgia bariátrica no ambulatório. É muito importante esse trabalho, essa é a primeira paciente que estava apta a fazer a cirurgia”.

O cirurgião responsável, Marcos Alexandre de Souza, destacou que a realização da cirurgia é um marco para o HU-UFGD/Ebserh, para Dourados e para toda a macrorregião.

“A importância dessa cirurgia aqui para Dourados e toda a macrorregião é que é uma grande conquista para a gente, porque a cirurgia bariátrica hoje ainda é muito deficitária no Sistema Único de Saúde. (…) Eu acredito que isso é uma grande conquista, é uma porta que se abre para os pacientes que dependem do SUS aqui em Dourados e toda a macrorregião”.

Ele reforçou ainda o empenho da equipe durante o processo.

“Os principais aprendizados, que é um desafio, foi um desafio muito grande chegar até aqui, mas com muito empenho da equipe, todo mundo vestiu a camisa. (…) O procedimento foi realizado com sucesso, não teve nenhuma intercorrência”.

Perspectivas

O início das cirurgias bariátricas em Dourados ocorre em um cenário nacional de alerta para a obesidade. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, 31% da população adulta brasileira deve estar obesa até o fim deste ano, colocando o Brasil entre os países mais afetados pela doença. 

O HU-UFGD/Ebserh prevê a realização de cerca de 100 cirurgias bariátricas por ano, utilizando a técnica por videolaparoscopia, considerada menos invasiva. A expectativa é de que novos procedimentos já sejam realizados em setembro.

“A gente não tem outros marcados, mas nós estamos terminando o processo dos pacientes, terminando o período pré-operatório para trazer esse paciente com segurança. A gente acredita que ainda esse mês de setembro a gente consiga fazer mais uns dois ou três procedimentos”, concluiu o cirurgião Marcos Alexandre.

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