DIU: diferentes tipos e indicações ainda geram dúvidas

MK Comunicação – O DIU, dispositivo intrauterino, um dos métodos contraceptivos mais eficazes disponíveis atualmente, ainda é alvo de muitas dúvidas e desinformação. Embora seu uso seja cada vez mais difundido em todo o mundo, inclusive no Brasil, diversos mitos persistem e acabam afastando pessoas que poderiam se beneficiar de forma segura e prática desse recurso.

Existem dois principais tipos de DIU: o de cobre e os hormonais. Os dispositivos devem necessariamente ser inseridos no útero por um médico capacitado e têm longa duração, que varia de 3 a 10 anos, dependendo do tipo.

A principal diferença entre eles, explica o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, está no funcionamento.

“O DIU de cobre atua alterando o ambiente uterino, dificultando a movimentação dos espermatozoides e impedindo a fecundação, enquanto o DIU hormonal libera pequenas quantidades de levonorgestrel, que afina o endométrio e espessa o muco do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides”.

Como escolher

A escolha do tipo de DIU deve levar em conta o histórico de saúde da paciente, seu perfil hormonal, características do ciclo menstrual, possíveis desconfortos com sangramentos e preferências pessoais, orienta o Dr. Alexandre.

“O DIU de cobre, por não conter hormônios, costuma ser indicado para quem prefere métodos não hormonais ou tenha alguma contraindicação ao hormonais. Este DIU, em alguns casos, aumenta o fluxo menstrual e pode ocasionar cólicas, especialmente nos primeiros meses após a colocação”.

No caso dos dispositivos hormonais, tendem a reduzir significativamente o sangramento e as cólicas, podendo inclusive suspender a menstruação por completo. Por este motivo, este último é indicado para quem sofre constantemente com cólicas e TPM.

“É importante explicar para a paciente que, em caso de não adaptação ou sintomas excessivos, a retirada pode ser realizada a qualquer momento, sem que seja necessário aguardar o fim de sua vida útil”, explica o especialista.

Colocação

A colocação do DIU pode ser feita em consultório ou em ambiente hospitalar, conforme a necessidade da paciente. Para início do uso, em geral, é aconselhável que a colocação seja realizada durante o período menstrual, descartando a gravidez e facilitando a inserção pela dilatação do canal cervical, especialmente quando a colocação é feita em consultório, sem analgesia. 

O DIU também pode ser colocado logo após o parto, aborto ou imediatamente após a troca de método anticoncepcional. 

Mitos e verdades

Entre os equívocos mais frequentes, revela o Dr. Alexandre, está a ideia de que o DIU só pode ser usado por mulheres que já tiveram filhos. Evidências científicas indicam que ele é seguro inclusive para adolescentes ou pessoas de todas as faixas etárias e que nunca engravidaram.

“Outro mito comum envolve o medo de infertilidade ou infecções, algo que não se confirma quando o dispositivo é inserido corretamente e o acompanhamento é feito de forma adequada”.

Além da função contraceptiva, o DIU hormonal também pode ser usado como parte do tratamento de condições como endometriose, adenomiose e sangramentos uterinos anormais, o que amplia ainda mais seu papel na saúde ginecológica, explica o médico.

“Com acesso à informação de qualidade e acompanhamento profissional, o DIU pode representar uma alternativa prática, eficaz e de longa duração para quem busca mais autonomia e tranquilidade na escolha de um método contraceptivo”.

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