O criador Nilson Leite, do Haras Rosa Mystica, registrou o primeiro clone da raça BH no Brasil: a potra Magnólia Mystic Rose TN1 está em Salto de Pirapora/SP e tem genealogia de égua super campeã mundial

O Haras Rosa Mystica acaba de marcar seu nome, mais uma vez, na história da equinocultura nacional. Commprometido com a inovação e o impulsionamento do segmento equestre no Brasil, investiu de forma direta cerca de R$ 500 mil — valor estimado com o cálculo desde a coleta da linha celular, manutenção genética em laboratório, aspiração e triagem de oócitos, transferência nuclear, exames, transporte e estabulagem até o registro oficial do animal. E, neste mês de junho, após oito meses, o haras anuncia o nascimento e o registro do primeiro clone de cavalo da raça Brasileiro de Hipismo (BH).
A potra nasceu em 8 de outubro de 2024 e recebeu o nome Magnólia Mystic Rose TN1 (Transferência Nuclear), que agora passa a ser Magnólia Mystic Rose I. Trata-se do clone da égua Magnólia Mystic Rose, mãe da super campeã mundial nascida no criatório, Miss Blue Mystic Rose, que alçou o Brasil ao topo em provas equestres renomadas no mundo, como os GPs de Aachen, Hamburgo, Fontainebleu e o Rolex de Roma (2025). Nilson Leite, advogado e representante do Haras Rosa Mystica, afirma que a decisão de clonar a égua foi estratégica e também, afetiva. “A Magnolia é um marco genético. O que ela entregou no esporte e, principalmente, na reprodução, exigia uma resposta à altura: preservar sua genética com responsabilidade”, destaca.
O clone está em excelentes condições de saúde na propriedade, localizada em Santo de Pirapora – pacata cidade bem próxima a São Paulo. Nilson conta que a potra é monitorada em tempo real por uma equipe de profissionais de alta competência e, também, sendo muito mimada por sua “mãe” genética, Magnólia pois compartilham o mesmo pasto. Seu preparo consiste em um futuro voltado ao esporte ou reprodução, conforme seu desenvolvimento.
A técnica usada para a clonagem in vitro foi a ICSI – Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide, executada no Brasil com protocolos internacionais, que permite a multiplicação de genética de animais de alta performance de forma mais assertiva. Para Leite, a tecnologia é complementar, não substitutiva. “A clonagem não compete com a criação tradicional — ela agrega. É uma ferramenta legítima quando usada com propósito claro e responsabilidade”, afirma. O Haras já analisa novos projetos com o mesmo rigor técnico. Nilson complementa que a aposentadoria da égua original foi avaliada em cerca de US$ 2 milhões, após recusar propostas de compra do mesmo valor, já planejando sua reprodução genética “em casa”, no Brasil. Agora, sua trajetória ganha continuidade, com potencial positivo para elevar ainda mais o padrão genético do BH no cenário mundial.