Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Adoção, 25 de maio, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul conta a história de Paulo e Rogério (nomes fictícios), um exemplo de determinação e amor. O casal, que sempre sonhou com a paternidade, encontrou em três irmãos de Mato Grosso do Sul a família que tanto desejavam construir, assim como as crianças ao terem o contato inicial com os futuros pais. Juntos construíram uma história familiar conjunta.
Desde jovem, Paulo sabia que queria ser pai, mas sempre teve receios sobre como tornar esse sonho realidade. Quando conheceu Rogério, aos 17 anos, o assunto logo surgiu em uma conversa sincera, revelando que ambos compartilhavam o mesmo desejo. “A gente não sabia muito bem como seria, se seria por via da adoção, por barriga solidária, barriga de aluguel fora do Brasil. Buscamos todas as alternativas para ter a paternidade”, relembra Paulo.
O caminho até a adoção foi longo. O casal passou anos estudando possibilidades, investigando custos e enfrentando frustrações. A adoção parecia burocrática e distante. Até que, com a ajuda de uma advogada, eles finalmente compreenderam o processo e decidiram dar o primeiro passo. Inicialmente estabeleceram um perfil restrito: uma criança de até dois anos. Mas tudo mudou com a participação em um grupo de apoio.
Durante as palestras, um questionamento transformou suas perspectivas: “Se vocês tivessem filhos biológicos, quantos anos eles teriam agora?”. O casal percebeu que, após nove anos juntos, seu filho já teria em torno de nove anos. Isso os levou a ampliar o perfil e a considerar a adoção de irmãos. “A minha mãe criou três filhos, com dificuldade, mas criou. E nossa casa sempre foi cheia, então fez sentido adotarmos até três crianças”, conta Paulo.
A espera durou um ano e nove meses. Em um processo surpreendente, eles conheceram seus filhos por meio da busca ativa, sem fotos ou vídeos, apenas com informações básicas: dois meninos, de doze e nove anos, e uma menina com idade de quatro anos. Foi através de Samia, a profissional que intermediou a adoção, que eles puderam enviar fotos da família e de sua casa. E foram as crianças que os “adotaram”.
“Foi como uma gestação: um ano para sermos habilitados e nove meses para encontrá-los”, diz Paulo. O mais velho dos irmãos estava fora do perfil inicial, pois já tinha 12 anos. Mas, ao refletirem sobre a importância de manter os irmãos juntos e sobre o amor que já sentiam, a decisão de adotá-lo foi natural. Hoje, quase um ano após a chegada das crianças, a família está oficialmente constituída e vive em harmonia.
O caso de Paulo e Rogério é uma inspiração para muitos casais que sonham com a paternidade e um exemplo da importância de estarem abertos a novas possibilidades, como a idade mais alta e um número maior de filhos, é um caminho de amor e de coragem.